A doença da artéria carótida (placa na carótida) é uma condição séria e potencialmente fatal que ocorre quando as artérias carótidas, localizadas em ambos os lados do pescoço e responsáveis pelo fornecimento de sangue ao cérebro, ficam estreitadas ou bloqueadas devido ao acúmulo de placas de gordura.
Essa condição, também conhecida como estenose carotídea, é uma das principais causas de acidente vascular cerebral (AVC), uma das principais causas de morte e incapacidade no mundo.
Médico especialista em Doenças das Carótidas
O médico especialista em doenças arteriais, venosas e linfáticas é o Angiologista e Cirurgião Vascular.
Para se tornar um Cirurgião Vascular, foi necessário seguir os seguintes passos de formação:
- Graduação em Medicina: duração de 6 anos
- Residência em Cirurgia Geral: duração 2 anos
- Residência em Cirurgia Vascular: duração 2 anos
Além disso, fiz um Fellowship (programa de complementação especializada) durante 2 anos em Cirurgia de Transplante de Rins, Fígado e Pâncreas – atuando durante 1 ano como Cirurgião de Transplante em Curitiba-PR.
A profissão nos obriga a estar em constante atualização profissional, participando de cursos de atualização, congressos e atividades científicas. Após passar por este longo e rigoroso processo de formação, me sinto apto e qualificado para diagnosticar e tratar as doenças relacionadas a Cirurgia Vascular.
Dr Halison Vilacorta é médico Cirurgião Vascular e Endovascular em Tubarão – SC. Cirurgião Vascular no Hospital Nossa Senhora da Conceição e Hospital Unimed em Tubarão. Dr Halison é Pós-Graduado em Medicina de Urgência e também tem Fellowship em Cirurgia de Transplante em Órgãos Abdominais.
Prezamos por um atendimento personalizado, humanizado e eficaz. Acredito no poder da empatia e do cuidado individualizado, trabalhando lado a lado com meus pacientes para alcançarmos bons resultados em sua saúde vascular.
Dr Halison Vilacorta é o Cirurgião Vascular mais bem avaliado no site da Doctoralia em Tubarão
O que é a placa na carótida ou doença da artéria carótida?
A doença da artéria carótida é uma manifestação da aterosclerose, um processo no qual placas de gordura, colesterol, cálcio e outros materiais se acumulam nas paredes das artérias.
Esse acúmulo leva ao estreitamento (estenose) ou ao bloqueio total das artérias carótidas. Quando as artérias carótidas estão comprometidas, o fluxo sanguíneo para o cérebro pode ser interrompido ou reduzido, aumentando o risco de AVC.
O fluxo sanguíneo reduzido pode ocorrer de duas maneiras: primeiro, o estreitamento pode limitar a quantidade de sangue que chega ao cérebro.
Em segundo lugar, fragmentos de placas podem se desprender das paredes arteriais e viajar para o cérebro, onde podem bloquear os vasos sanguíneos menores, resultando em um AVC. Em casos extremos, a ruptura de uma placa pode causar a formação de um coágulo sanguíneo que bloqueia completamente a artéria, levando a um AVC isquêmico.
Causas
A causa subjacente da doença da artéria carótida é a aterosclerose, uma doença inflamatória crônica das artérias. O processo de aterosclerose começa com o acúmulo de lipoproteínas de baixa densidade (LDL) nas paredes arteriais.
Com o tempo, esse acúmulo desencadeia uma resposta inflamatória, levando à formação de placas. Essas placas consistem em lipídios, células inflamatórias, resíduos celulares e calcificação.
A aterosclerose é um processo progressivo e, embora suas causas exatas sejam complexas, vários fatores de risco têm sido identificados, incluindo:
- Idade avançada: O risco de desenvolver aterosclerose aumenta com a idade. Pessoas com mais de 60 anos estão em maior risco de desenvolver estenose carotídea significativa.
- Tabagismo: O fumo danifica o revestimento interno das artérias, facilitando o acúmulo de placas.
- Hipertensão arterial: A pressão arterial elevada pode danificar as artérias ao longo do tempo, aumentando o risco de acúmulo de placas.
- Diabetes: O diabetes acelera o processo de aterosclerose ao aumentar a inflamação nas paredes arteriais e promover o acúmulo de lipídios.
- Dislipidemia: Níveis elevados de colesterol LDL e baixos níveis de colesterol HDL contribuem para o desenvolvimento de placas nas artérias.
- Histórico familiar de aterosclerose: Um histórico familiar de doenças cardiovasculares ou AVC aumenta o risco de estenose carotídea.
- Sedentarismo e obesidade: A falta de atividade física e o excesso de peso corporal estão associados a um risco maior de desenvolver aterosclerose, inclusive nas artérias carótidas.
Sintomas
A doença da artéria carótida é frequentemente chamada de “assassina silenciosa”, pois muitas vezes não apresenta sintomas até que ocorra um AVC ou um ataque isquêmico transitório (AIT). No entanto, alguns sinais de alerta podem indicar a presença de estenose carotídea significativa. Esses incluem:
AIT (Ataque Isquêmico Transitório): Também conhecido como mini-AVC, o AIT ocorre quando há uma interrupção temporária no fluxo sanguíneo para o cérebro.
Os sintomas são semelhantes aos de um AVC, mas duram apenas alguns minutos a poucas horas. Eles podem incluir:
- Fraqueza ou dormência em um lado do corpo.
- Dificuldade para falar ou entender a fala.
- Perda de visão em um olho.
- Tontura ou perda de equilíbrio
AVC: Se a estenose carotídea não for tratada, o fluxo sanguíneo para o cérebro pode ser interrompido permanentemente, resultando em um AVC. Os sintomas de AVC incluem:
- Dormência ou fraqueza súbita no rosto, braços ou pernas, especialmente em um lado do corpo.
- Confusão súbita, dificuldade para falar ou entender.
- Dificuldade para enxergar em um ou ambos os olhos.
- Tontura, perda de equilíbrio ou coordenação.
É importante buscar atendimento médico imediato se algum desses sintomas ocorrer, pois o tratamento precoce pode minimizar os danos causados pelo AVC.
Diagnóstico
O diagnóstico da doença da artéria carótida geralmente começa com um exame físico e uma história clínica detalhada. Durante o exame, o médico pode usar um estetoscópio para ouvir o som de um sopro nas artérias carótidas, o que pode indicar fluxo sanguíneo turbulento devido ao estreitamento.
Para confirmar o diagnóstico e avaliar a gravidade da estenose, vários exames de imagem podem ser realizados:
- Ultrassonografia Doppler: Esse exame não invasivo utiliza ondas sonoras para criar imagens das artérias carótidas e medir o fluxo sanguíneo. O Doppler é uma ferramenta de triagem eficaz para detectar estenose carotídea.
- Angiografia por tomografia computadorizada (angio-TC): Esse exame envolve a injeção de um meio de contraste nas artérias, seguido por uma tomografia computadorizada para visualizar o fluxo sanguíneo e as obstruções nas artérias carótidas.
- Angiografia por ressonância magnética (angio-RM): Semelhante à angio-TC, a angio-RM utiliza campos magnéticos e ondas de rádio para criar imagens detalhadas das artérias e pode fornecer informações precisas sobre a localização e o grau de estreitamento.
- Angiografia convencional: Embora seja menos comum, esse exame invasivo pode ser usado para visualizar diretamente as artérias carótidas e é realizado inserindo um cateter em uma artéria e injetando contraste para obter imagens radiográficas.
Tratamento
O tratamento da doença da artéria carótida depende do grau de estreitamento, da presença de sintomas e do risco de AVC. As opções de tratamento incluem mudanças no estilo de vida, medicamentos e, em casos mais graves, intervenções cirúrgicas ou minimamente invasivas.
- Mudanças no estilo de vida: Para pessoas com estenose carotídea leve a moderada, mudanças no estilo de vida podem ajudar a retardar a progressão da doença. Isso inclui:
- Parar de fumar.
- Adotar uma dieta saudável, rica em frutas, vegetais e grãos integrais, e com baixo teor de gorduras saturadas e colesterol.
- Praticar exercícios físicos regularmente.
- Controlar o peso corporal.
- Medicamentos: Vários medicamentos podem ser prescritos para reduzir o risco de complicações e gerenciar os fatores de risco:
- Antiplaquetários: Medicamentos como aspirina ou clopidogrel ajudam a prevenir a formação de coágulos sanguíneos.
- Estatinas: Esses medicamentos reduzem os níveis de colesterol LDL e podem retardar a progressão da aterosclerose.
- Antihipertensivos: Controlar a pressão arterial é crucial para reduzir o risco de complicações.
- Intervenções cirúrgicas e procedimentos: Para pacientes com estenose carotídea significativa ou sintomas de AIT/AVC, a intervenção cirúrgica pode ser necessária. As opções incluem:
- Endarterectomia carotídea: Esse procedimento envolve a remoção da placa da artéria carótida. É o tratamento cirúrgico padrão para estenose grave.
- Angioplastia com stent: Um cateter com um balão é inserido na artéria para alargar o vaso, e um stent é colocado para manter a artéria aberta.
Prevenção
A prevenção da doença da artéria carótida está fortemente relacionada ao controle dos fatores de risco da aterosclerose. Isso inclui:
- Parar de fumar.
- Manter uma dieta saudável.
- Exercitar-se regularmente.
- Controlar a pressão arterial e os níveis de colesterol.
- Gerenciar o diabetes de forma eficaz.
Conclusão
A doença da artéria carótida é uma condição grave que pode levar a complicações devastadoras, como o AVC. O diagnóstico precoce e o manejo adequado são cruciais para reduzir o risco de eventos cerebrovasculares.
Mudanças no estilo de vida, o uso de medicamentos apropriados e, em casos graves, intervenções cirúrgicas ou minimamente invasivas, podem melhorar significativamente o prognóstico dos pacientes com estenose carotídea.
A conscientização sobre os fatores de risco e a implementação de medidas preventivas são essenciais para reduzir a incidência dessa condição.
Referências
- Goldstein, L.B., et al. (2011). “Guidelines for the primary prevention of stroke: A guideline for healthcare professionals from the American Heart Association/American Stroke
- Brott, T.G., et al. (2011). “Stenting versus endarterectomy for treatment of carotid-artery stenosis.” New England Journal of Medicine, 365(1), 11-23.
- Naylor, A.R., et al. (2018). “Management of carotid disease.” European Journal of Vascular and Endovascular Surgery, 55(1), 4-41.
Veja também: https://vilacorta.com.br/doenca-arterial/