O tratamento com espuma para varizes, também conhecido como escleroterapia com espuma, é uma técnica minimamente invasiva que vem ganhando popularidade no manejo das varizes
Esse procedimento é especialmente eficaz para tratar veias de médio e grande calibre, além de ser uma opção para aqueles que desejam evitar procedimentos cirúrgicos mais invasivos.
A escleroterapia com espuma envolve a injeção de uma solução esclerosante em forma de espuma diretamente na veia varicosa, promovendo o fechamento da veia e redirecionando o fluxo sanguíneo para veias saudáveis. Este artigo discute em detalhes o tratamento com espuma para varizes, abordando sua técnica, indicações, eficácia, complicações e comparações com outras opções de tratamento, fundamentado em evidências científicas
Médico especialista em Escleroterapia com espuma:
O médico especialista em doenças arteriais, venosas e linfáticas é o Angiologista e Cirurgião Vascular.
Para se tornar um Cirurgião Vascular, foi necessário seguir os seguintes passos de formação:
- Graduação em Medicina: duração de 6 anos
- Residência em Cirurgia Geral: duração 2 anos
- Residência em Cirurgia Vascular: duração 2 anos
Além disso, fiz um Fellowship (programa de complementação especializada) durante 2 anos em Cirurgia de Transplante de Rins, Fígado e Pâncreas – atuando durante 1 ano como Cirurgião de Transplante em Curitiba-PR.
A profissão nos obriga a estar em constante atualização profissional, participando de cursos de atualização, congressos e atividades científicas. Após passar por este longo e rigoroso processo de formação, me sinto apto e qualificado para diagnosticar e tratar as doenças relacionadas a Cirurgia Vascular.
Dr Halison Vilacorta é médico Cirurgião Vascular e Endovascular em Tubarão – SC. Cirurgião Vascular no Hospital Nossa Senhora da Conceição e Hospital Unimed em Tubarão. Dr Halison é Pós-Graduado em Medicina de Urgência e também tem Fellowship em Cirurgia de Transplante em Órgãos Abdominais.
Prezamos por um atendimento personalizado, humanizado e eficaz. Acredito no poder da empatia e do cuidado individualizado, trabalhando lado a lado com meus pacientes para alcançarmos bons resultados em sua saúde vascular.
Dr Halison Vilacorta é o Cirurgião Vascular mais bem avaliado no site da Doctoralia em Tubarão
Princípios e técnica
A escleroterapia é um tratamento que utiliza substâncias esclerosantes para provocar a oclusão das veias varicosas. A técnica de escleroterapia com espuma foi introduzida como uma evolução da escleroterapia convencional, na qual a solução esclerosante é transformada em espuma antes de ser injetada na veia. A espuma é criada ao misturar o esclerosante com ar ou outro gás, formando pequenas bolhas que aumentam o contato da substância com a parede da veia e, consequentemente, a eficácia do tratamento.
Os principais esclerosantes usados na escleroterapia com espuma incluem o polidocanol e o tetradecilsulfato de sódio. Estes agentes atuam irritando o endotélio da veia, levando à inflamação e subsequente fibrose, o que resulta na oclusão permanente da veia tratada.
A técnica de escleroterapia com espuma é realizada em ambiente ambulatorial, geralmente sem necessidade de anestesia. O procedimento envolve as seguintes etapas:
- Preparação: O esclerosante é misturado com ar ou outro gás inerte usando uma técnica conhecida como Tessari, que envolve a agitação vigorosa entre duas seringas conectadas por uma válvula de três vias, criando uma espuma consistente.
- Injeção: A espuma é injetada diretamente na veia varicosa usando uma agulha fina. A injeção é guiada por ultrassom para garantir que a espuma preencha a veia corretamente e para monitorar a distribuição da espuma.
- Compressão: Após a injeção, a área tratada é comprimida com bandagens ou meias de compressão para manter a espuma em contato com a parede da veia e prevenir o refluxo sanguíneo.
Indicações
A escleroterapia com espuma é indicada para o tratamento de uma variedade de condições venosas, incluindo:
- Varizes de médio e grande calibre: Veias que são grandes demais para a escleroterapia convencional, mas não requerem intervenção cirúrgica, são candidatas ideais para a escleroterapia com espuma.
- Varizes residuais ou recorrentes: Veias que permanecem ou reaparecem após outros tratamentos, como cirurgia ou ablação térmica, podem ser tratadas com espuma.
- Veias perfurantes incompetentes: Essas veias, que conectam o sistema venoso superficial ao profundo, podem ser tratadas com espuma para prevenir complicações como úlceras venosas.
Eficácia
Diversos estudos demonstram a eficácia da escleroterapia com espuma no tratamento de varizes. A técnica tem uma taxa de sucesso elevada, com estudos mostrando uma oclusão venosa em mais de 80% dos casos tratados. A espuma permite um maior tempo de contato do esclerosante com a parede da veia, o que melhora a eficácia em comparação com a escleroterapia líquida.
Um estudo publicado por Ouvry et al. (2008) comparou a escleroterapia com espuma com a escleroterapia líquida e a cirurgia de remoção de veias (stripping) em pacientes com varizes. O estudo concluiu que a escleroterapia com espuma apresentou resultados comparáveis aos da cirurgia, com a vantagem de ser menos invasiva e ter um tempo de recuperação mais rápido.
Outro estudo de Myers et al. (2012) também corroborou esses achados, mostrando que a escleroterapia com espuma é eficaz na oclusão de veias de grande calibre, com melhora significativa dos sintomas e da aparência das varizes.
Complicações e efeitos colaterais
Embora a escleroterapia com espuma seja geralmente segura, como qualquer procedimento médico, ela pode estar associada a algumas complicações e efeitos colaterais. Os mais comuns incluem:
- Pigmentação cutânea: Manchas escuras na pele podem se desenvolver ao longo da veia tratada. Essa hiperpigmentação ocorre em até 30% dos pacientes, mas geralmente é temporária e desaparece com o tempo.
- Dor e desconforto: Alguns pacientes relatam dor, queimação ou desconforto na área tratada, que tende a ser temporário.
- Tromboflebite superficial: Inflamação da veia tratada pode ocorrer, resultando em uma área dolorida e endurecida, semelhante a um cordão sob a pele.
- Complicações neurológicas: Em casos raros, a espuma pode entrar na circulação arterial, causando eventos isquêmicos transitórios ou sintomas neurológicos temporários, como visão turva ou dor de cabeça.
- Embolia pulmonar: Também é uma complicação rara, mas pode ocorrer se a espuma migrar para os pulmões.
Para minimizar o risco dessas complicações, a escleroterapia com espuma deve ser realizada por um médico experiente e em ambiente adequado, com monitoramento por ultrassom para guiar a injeção e evitar a dispersão da espuma para o sistema venoso profundo.
Comparação com outros tratamentos
A escleroterapia com espuma é frequentemente comparada a outros tratamentos para varizes, como a cirurgia de remoção de veias (stripping), a ablação térmica (laser ou radiofrequência) e a escleroterapia líquida convencional. Cada uma dessas opções tem suas indicações e benefícios específicos.
- Cirurgia de remoção de veias (stripping): É um procedimento invasivo que remove fisicamente as veias varicosas. Embora eficaz, está associado a um tempo de recuperação mais longo e maior risco de complicações em comparação com a escleroterapia com espuma.
- Ablação térmica: Técnicas como a ablação por laser ou radiofrequência utilizam calor para fechar as veias varicosas. Esses métodos são eficazes e têm resultados semelhantes à escleroterapia com espuma, mas podem ser mais caros e requerem anestesia local.
- Escleroterapia líquida: Mais indicada para veias menores, a escleroterapia líquida tem menos eficácia em veias de grande calibre em comparação com a espuma, que tem maior poder de oclusão devido ao tempo de contato prolongado com a parede venosa.
Conclusão
A escleroterapia com espuma é uma opção eficaz, segura e minimamente invasiva para o tratamento de varizes, especialmente em veias de médio e grande calibre. Com uma alta taxa de sucesso e baixo índice de complicações graves, a técnica tem se tornado uma escolha preferencial para muitos pacientes que buscam alívio dos sintomas e melhora estética sem a necessidade de cirurgia invasiva. No entanto, como qualquer procedimento médico, é importante que o tratamento seja realizado por profissionais qualificados e que o paciente seja adequadamente avaliado para determinar a melhor abordagem terapêutica.
Referências
- Ouvry, P., Allaert, F.A., Desnos, P., & Hamel-Desnos, C. (2008). “Efficacy of polidocanol foam versus liquid in sclerotherapy of the greater saphenous vein: A multicenter randomized controlled trial with a 2-year follow-up.” Journal of Vascular Surgery, 48(2), 835-842.
- Myers, K.A., Jolley, D., Clough, A., & Kirwan, J. (2012). “Outcome of ultrasound-guided sclerotherapy for varicose veins: Medium-term results assessed by ultrasound surveillance.” European Journal of Vascular and Endovascular Surgery, 43(3), 394-399.
- Hamel-Desnos, C., et al. (2003). “Evaluation of the efficacy of polidocanol in foam form in sclerotherapy of the greater saphenous vein: Initial results.” Dermatologic Surgery, 29(12), 1170-1175.
Veja também: https://vilacorta.com.br/varizes