Dr. Halison Vilacorta

A angioplastia de membros inferiores é um procedimento intervencionista minimamente invasivo utilizado para tratar a doença arterial periférica (DAP), uma condição caracterizada pela obstrução das artérias que fornecem sangue às extremidades, particularmente às pernas.

Este tratamento visa restabelecer o fluxo sanguíneo adequado, aliviando os sintomas e prevenindo complicações graves, como a isquemia crítica de membros, que pode levar à amputação. Neste artigo, exploraremos detalhadamente a técnica da angioplastia, suas indicações, os resultados esperados, e os cuidados pós-operatórios necessários, baseando-nos em literatura científica atual.

Médico especialista em Doença Arterial Periférica:

O médico especialista em doenças arteriais, venosas e linfáticas é o Angiologista e Cirurgião Vascular.

Para se tornar um Cirurgião Vascular, foi necessário seguir os seguintes passos de formação:

  1. Graduação em Medicina: duração de 6 anos
  2. Residência em Cirurgia Geral: duração 2 anos
  3. Residência em Cirurgia Vascular: duração 2 anos

Além disso, fiz um Fellowship (programa de complementação especializada) durante 2 anos em Cirurgia de Transplante de Rins, Fígado e Pâncreas – atuando durante 1 ano como Cirurgião de Transplante em Curitiba-PR.

A profissão nos obriga a estar em constante atualização profissional, participando de cursos de atualização, congressos e atividades científicas. Após passar por este longo e rigoroso processo de formação, me sinto apto e qualificado para diagnosticar e tratar as doenças relacionadas a Cirurgia Vascular.

Dr Halison Vilacorta é médico Cirurgião Vascular e Endovascular em Tubarão – SC. Cirurgião Vascular no Hospital Nossa Senhora da Conceição e Hospital Unimed em Tubarão. Dr Halison é Pós-Graduado em Medicina de Urgência e também tem Fellowship em Cirurgia de Transplante em Órgãos Abdominais. 

Prezamos por um atendimento personalizado, humanizado e eficaz. Acredito no poder da empatia e do cuidado individualizado, trabalhando lado a lado com meus pacientes para alcançarmos bons resultados em sua saúde vascular.

Dr Halison Vilacorta é o Cirurgião Vascular mais bem avaliado no site da Doctoralia em Tubarão

1. Doença Arterial Periférica (DAP): Visão Geral

A DAP é uma manifestação da aterosclerose, onde a formação de placas de gordura nas paredes arteriais resulta em estreitamento ou obstrução das artérias. Embora a DAP possa afetar qualquer artéria do corpo, é mais comum nos membros inferiores. Os principais fatores de risco incluem tabagismo, diabetes mellitus, hipertensão arterial, dislipidemia e idade avançada .

Os sintomas da DAP variam conforme a gravidade da obstrução arterial e podem incluir claudicação intermitente (dor muscular durante o exercício que alivia com o repouso), dor em repouso, úlceras e, em casos graves, gangrena. O diagnóstico é frequentemente realizado através de exames clínicos, índice tornozelo-braquial (ITB), ultrassonografia doppler, angiotomografia computadorizada e angiografia por ressonância magnética .

2. Angioplastia de Membros Inferiores: Técnica e Procedimento

A angioplastia de membros inferiores é realizada para dilatar artérias estreitadas ou ocluídas utilizando um balão e, frequentemente, inserindo um stent para manter a artéria aberta. O procedimento é geralmente realizado em uma sala de hemodinâmica sob anestesia local ou sedação leve. Um cateter é inserido através de uma pequena incisão, geralmente na virilha, e guiado até a artéria obstruída. Um balão na ponta do cateter é então inflado para abrir a artéria, e um stent pode ser colocado para evitar que a artéria volte a se fechar .

O sucesso da angioplastia depende de vários fatores, incluindo a extensão e localização das obstruções, a condição geral do paciente e a presença de comorbidades como diabetes. Em alguns casos, pode ser necessário realizar procedimentos adicionais ou mesmo considerar a cirurgia de revascularização aberta.

3. Indicações para a Angioplastia de Membros Inferiores

A angioplastia é indicada principalmente em pacientes com DAP que apresentam sintomas significativos, como claudicação incapacitante, dor em repouso, ou isquemia crítica de membros. Além disso, pacientes com lesões ulceradas ou gangrenas, que estão em risco de amputação, podem se beneficiar do procedimento para restaurar o fluxo sanguíneo e promover a cicatrização .

Outras indicações incluem a falha do tratamento clínico conservador, a intolerância aos medicamentos ou a incapacidade de realizar uma cirurgia aberta devido a comorbidades graves. A decisão de realizar uma angioplastia deve ser baseada em uma avaliação cuidadosa dos riscos e benefícios para cada paciente individualmente.

4. Resultados e Eficácia da Angioplastia

Os resultados da angioplastia de membros inferiores variam dependendo de fatores como a extensão da doença arterial, a presença de múltiplas obstruções e a saúde geral do paciente. Estudos mostram que a angioplastia tem altas taxas de sucesso inicial, com alívio significativo dos sintomas em muitos pacientes. No entanto, a reestenose (reobstrução da artéria) pode ocorrer, especialmente em casos onde não é utilizado um stent ou quando há fatores de risco persistentes como o tabagismo ou o diabetes mal controlado .

A literatura indica que, em termos de sobrevivência a longo prazo e preservação do membro, a angioplastia pode ser tão eficaz quanto a cirurgia aberta em pacientes selecionados, mas com menores taxas de complicações imediatas e um tempo de recuperação mais rápido .

5. Cuidados Pós-operatórios

O sucesso da angioplastia de membros inferiores depende não apenas da técnica, mas também dos cuidados pós-operatórios. Esses cuidados incluem:

  • Monitoramento do local de inserção: Verificação diária do local de punção para sinais de infecção ou sangramento.
  • Controle rigoroso da pressão arterial e glicemia: A hipertensão e o diabetes descontrolado são fatores de risco para reestenose.
  • Uso de medicamentos antiplaquetários: Para prevenir a formação de coágulos no stent.
  • Evitar atividades físicas intensas: Durante as primeiras semanas após o procedimento.
  • Acompanhamento médico regular: Com avaliações periódicas para monitorar a patência do vaso tratado.
  • Modificação do estilo de vida: Incluindo cessação do tabagismo, dieta saudável e prática regular de exercícios físicos.

6. Conclusão

A angioplastia de membros inferiores é uma opção terapêutica eficaz para pacientes com DAP, especialmente aqueles com isquemia crítica ou claudicação incapacitante. O procedimento oferece alívio rápido dos sintomas e, em muitos casos, evita a necessidade de amputação. No entanto, o sucesso a longo prazo depende de uma gestão pós-operatória cuidadosa e da modificação dos fatores de risco subjacentes.

Estudos contínuos e ensaios clínicos são essenciais para refinar as técnicas e melhorar os resultados para os pacientes. Com o avanço das tecnologias, como stents recobertos com drogas e dispositivos de aterectomia, espera-se que a angioplastia de membros inferiores continue a evoluir, oferecendo melhores resultados e maior qualidade de vida para os pacientes com DAP.

Veja também: http://www.vilacorta.com.br/doenca-arterial

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